Cáritas Coração da Igreja no Mundo
Em 2016, a Semana Cáritas decorrerá entre 21 e 28 de fevereiro.
Nesse sentido, partilha-se mensagem de Sua Excelência José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa:
“Esta é a Semana Cáritas do Ano da Misericórdia.
E «misericórdia» pode ser traduzida como compaixão, como reconciliação e como proximidade.
Na perspetiva bíblica, a imagem mais simples de misericórdia corresponde ao que sente uma ma~e, interiormente – nas entranhas – quando um filho se encontra em perigo; e que a leva a agir de imediato, a fazer tudo para o salvar dessa situação. Misericórdia como «compaixão».
A misericórdia corresponde à graça de Deus que possibilita a nossa resposta de conversão. É a possibilidade que nos é dada de nos «reconciliarmos». A parábola do Pai e dos filhos (Lc 15, 11-32), habitualmente designada como a «parábola do filho pródigo«, enche de esperança o nosso quotidiano, quando nos sentimos perdidos, e faz apelo à nossa livre responsabilidade, quando nos sentimos em casa (na casa do Pai), para sabermos viver, uns e outros, do mesmo amor que é perdão, é festa, reconciliação e alegria. O que mais importa é tornarmo-nos cada vez mais parecidos com aquele pai de misericórdia: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc6, 36).
A misericórdia manifesta-se, assim, como «proximidade». Numa homilia, Martin Luther King acerca da parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37), afirma que o sacerdote e o levita terão pensado: «o que será de mim se me aproximar dele?»; ao passo que o samaritano terá pensado: «o que será daquele homem se eu não me aproximar?».
A misericórdia é esta virtude a recuperar para todos os que, com o coração perto dos que sofrem (miseri+cors), querem viver um incondicional acolhimento ao outro, só porque é pobre, só porque está em situação de necessidade, só porque precisa.
Ao vivermos o dinamismo da misericórdia, o nosso coração não se pode fechar. Nunca se pode fechar. é um coração capaz de ver e de sentir as dores dos outros; é um coração que só sabe viver no Mundo. Contemplando o Mundo e dando graças a Deus por ele ser tão belo! O nosso coração nunca se pode alhear da sorte dos homens, das mulheres e das crianças a que chamamos nossos irmãos e irmãs. O nosso coração, o coração da Igreja, está no Mundo em que vivemos, cuidando da criação e dos pobres, como nos recomenda o Papa Francisco.
Esse coração é amor, porque Deus é amor (I Jo 4, 8b). O termo latino caritas – «caridade» – fala-nos de um amor que faz viver, que dá sem esperar recompensa. Caridade é o nome dado a uma liberdade que torna mais livre a vida do outro. Caridade é o nome dado a uma vida entregue que torna mais viva a vida do outro.
O coração da Igreja é caritas.
A Cáritas é o coração da Igreja no Mundo.”